Senador Randolfe Rodrigues Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Líder da oposição do governo Bolsonaro no Congresso e coordenador de campanha de Lula (PT), o senador Randolfe Rodrigues (Rede) está preocupado com uma possível derrota do petista nas urnas este ano. Na avaliação do parlamentar, o presidente Jair Bolsonaro se encontra mais forte que em 2018 por ter ampliado diálogo com o Centrão. Para ele, se o ex-presidente Lula não for mais “plural” e vencer no primeiro turno, ele corre riscos de perder as eleições.
– Se a esquerda, os progressistas, os democratas, os republicanos e os liberais não se esquecerem dos rancores que os dividiram no passado e não compreenderem que têm um papel imediato em combater essa estratégia, Bolsonaro vai ser reeleito – previu Randolfe, em entrevista ao colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles.
Em tom de “autocrítica”, o senador fez uma avaliação da campanha do petista e concluiu que falta contato de Lula com o povo nas ruas e também com diferentes espectros políticos, sociais e midiáticos.
– A campanha de Lula, e faço uma autocrítica porque estou nela, tem que ir para a rua, chamar toda a sociedade para conversar. Conversar com os sem-terra e com o agronegócio. Com o bancário, e com banqueiros. Conversar com os rincões da Amazônia e com a zona sul do Rio de Janeiro. Tem que caminhar pelo Nordeste, mas também pelo Sul. Conversar com o chão de fábrica e com a Faria Lima. Tem que conversar com a mídia alternativa, mas também com a Globo e a Record. Não deve ser uma candidatura da esquerda, mas sim uma candidatura da união nacional – defendeu.
Para Randolfe, o PT devia apostar no diálogo inclusive com a chamada terceira via, buscando parcerias com a senadora Simone Tebet (MDB) e os ex-governadores João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB). O parlamentar ainda defende uma reconciliação com a ex-senadora Marina Silva e o ex-ministro Ciro Gomes.
– Acho que a candidatura do Lula tem de ter diálogo. A candidatura do Ciro Gomes não é uma candidatura antagônica e inimiga, e o gesto de diálogo e generosidade tem que partir da campanha do Lula, que está na frente. A campanha da Simone Tebet, do MDB, não é uma campanha inimiga, e também deve partir da campanha do Lula o gesto de generosidade para dialogar com ela. Eu diria até que nem a candidatura de Doria e Eduardo Leite são inimigas e antagônicas. A de Janone também. São candidaturas da democracia, do campo democrático, duelaram, polarizaram na política dos últimos anos, mas diante das ameaças fascistas não podem ser inimigas – assinalou.
PLENO.NEWS
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