Rodrigo Daniel Silva Ao demonstrar descontentamento com a fala do senador Jaques Wagner (PT), que descartou a possibilidade de o governador Rui Costa (PT) renunciar ao cargo, o vice-governador João Leão (PP) admitiu ontem que pode compor com a chapa majoritária do ex-prefeito de Salvador e secretário-geral do União Brasil, ACM Neto, ou lançar candidatura própria ao governo da Bahia.
“Após as declarações do senador Jaques Wagner, em entrevista no início da semana, descumprindo alinhamentos construídos fruto de amplo diálogo, o PP da Bahia precisa refletir sobre seu futuro nas eleições estaduais deste ano”, afirmou Leão, em nota enviada à imprensa. “Qualquer decisão que o PP venha tomar sobre nossos rumos no estado será alinhada com as nossas bancadas, e também passará por uma conversa com o governador Rui Costa e com o ex-presidente Lula, com quem esteve nos últimos dias. Trabalhamos muito pelo nosso estado e o legado do PP precisa ser respeitado, da mesma forma como temos nutrido respeito por todos os nossos aliados”, acrescentou.
A declaração de Leão ocorreu após reunião, na última terça-feira, com o senador Ciro Nogueira, presidente nacional licenciado do Progressistas e atual ministro-chefe da Casa Civil do Governo Federal, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para traçar o futuro do partido na Bahia. Também participaram do encontro no Distrito Federal os deputados federais Cláudio Cajado, presidente em exercício do diretório nacional do PP, Ronaldo Carletto, Mário Negromonte Júnior e Cacá Leão, além do secretário-geral do partido na Bahia, Jabes Ribeiro.
Anteontem, o governador Rui Costa (PT) evitou comentar sobre a possibilidade de o PP romper com o seu grupo político e migrar para a base de ACM Neto. “Eu não comento sobre outros partidos. Aí vocês jornalistas, competentes que são, têm que buscar ouvir os representantes de cada partido. Eu não tenho a procuração nem a legitimidade para fazer comentários sobre outros partidos”, declarou o governador.
O PP vinha ameaçando romper com o grupo de Rui se o vice-governador João Leão (PP) não assumisse o governo. Na última segunda-feira, em entrevista à rádio Metrópole, o senador Jaques Wagner (PT) disse que Rui não renunciará e permanecerá até o fim do mandato. O que acaba com as chances de Leão sentar na cadeira de governador. “Rui decidiu que vai ficar sentado na cadeira até o final. E até o final desta semana apresentaremos o nome do PT para cabeça de chapa. Aí vai ter que conversar de novo com o PP e o PSD para ver como a gente monta a chapa”, disse Wagner, na ocasião.