Rui manda limar Geraldo, as pérolas de Jerônimo e os números de guerra da violência na Bahia

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Limado do jogo
Partiu do governador Rui Costa (PT) a ordem para tirar Geraldo Júnior (MDB) das agendas de interior ao lado de Jerônimo Rodrigues, de acordo com fontes com trânsito no Palácio de Ondina. À coluna, relatam reservadamente que Rui vinha recebendo muitas queixas de Geraldo, seja por causa do tratamento aos integrantes da campanha, seja pela ofensiva às lideranças de deputados do PT para dar musculatura à candidatura do filho. Inclusive, na coordenação de campanha, a avaliação é que Geraldo no palanque mais prejudicava do que ajudava, pois “não combina com a chapa” e não caiu nas graças da militância petista. O jeito foi encostá-lo em Salvador.
 
Escanteado
Mas quem conhece o candidato a vice-governador na chapa do PT garante: Geraldo não ficou nada satisfeito com a medida. Ele considera que foi escanteado e praticamente limado da campanha, já que não estará no dia a dia das atividades pelo interior. Dizem que justamente por isso o vereador tem andado ainda mais mau humorado pelos corredores da Câmara de Salvador.

Rebento
Por fim, aliados de Geraldo acreditam ainda que a eleição do filho do vereador para a ALBA praticamente foi para o ralo. Sem Geraldo pelo interior, argumentam que será difícil angariar apoios para o rebento, que, pelo que se comenta, não tem muito tino para a política.
 
As muitas palavras me fazem delirar
Se não pelo crescimento nas pesquisas, Jerônimo Rodrigues vem ganhando fama por fazer declarações confusas, redundantes e de difícil compreensão toda vez que precisa responder objetivamente sobre propostas para a Bahia. Herdeiro de um governo que deixou a Bahia com os piores índices de educação, segurança pública e desemprego, Jerônimo não consegue emplacar explicações plausíveis e solta pérolas como essa, durante a sabatina do G1: “Eu não fui secretário de Educação do governo do Estado, eu fui secretário de Educação do Estado da Bahia”. Quem explica?
 
Dilmou
Ao comentar sobre o episódio, um observador político brincou que Jerônimo virou uma espécie de substituto de Da Luz, candidato de anos anteriores que sempre conseguia arrancar risos da plateia com suas frases inusitadas. Um interlocutor da esquerda comparou os gaguejos do petista com alguns discursos da ex-presidente Dilma. “Ele Dilmou, mas Dilmará mais”, disse e saiu com um riso no canto da boca.
 
Números de guerra
O Monitor da Violência, do G1, colocou novamente a Bahia na liderança do ranking de homicídios e trouxe um dado para lá de alarmante sobre o índice de assassinatos no estado. Sozinha, a Bahia tem mais mortes registradas do que toda a região Sul do Brasil. Somados, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tiveram 2.131 mortes violentas no primeiro semestre de 2022, enquanto a Bahia computou, segundo o levantamento, 2.630 casos – 23% maior do que os estados do Sul juntos. A região tem cerca de 30 milhões de habitantes, o dobro da população baiana. Além disso, o estado nordestino registrou quase o dobro em relação ao Centro-Oeste brasileiro, que teve 1.284 casos registrados, conforme levantamento feito pela coluna.


 Silêncio dos (nada) inocentes
O governador Rui Costa (PT) ainda não se pronunciou sobre os novos dados de segurança pública, mas alguém tem dúvida de qual será a resposta? Certamente transferir a culpa, como faz desde sempre. Governador, essa desculpa não cola mais.

Banho de água fria
A pesquisa Datafolha, divulgada pela rádio Metrópole, caiu como um banho de água fria para a cúpula do PT no estado. Entre alguns mais otimistas, havia uma expectativa de que Jerônimo Rodrigues (PT) pontuasse na casa dos 20%, mas o resultado de 16% desanimou ainda mais a campanha do petista. Para eles, o resultado de Jerônimo, aliado ao elevado percentual de ACM Neto (União Brasil), que registrou 54%, desmobiliza as bases principalmente no interior.

Os números não batem
Em 2021, o governo do Estado deu um ótimo exemplo do que não fazer na administração pública. O relatório do TCE sobre o penúltimo ano da era Rui Costa mostra uma série de inconsistências nos dados financeiros do estado. Uma delas foi a divergência nos percentuais da Secretaria da Educação (SEC) e da Fazenda (Sefaz) sobre o limite constitucional de 25% que deve ser aplicado na educação. Quando os auditores colocaram a lupa sobre os extratos e fizeram a prova dos nove, identificaram R$ 404 milhões em despesas inelegíveis, cuja maior fatia foi usada para bancar programas assistenciais.  
 
A dupla terror da Educação
É justamente pelo seu caráter assistencial e, portanto, temporário, que os valores “não podem ser enquadrados como despesa com manutenção e desenvolvimento do ensino, não compondo o limite mínimo de aplicação, pelo Estado, em educação, exigido pela Constituição Federal”, esclareceu o TCE. Assim, como a aplicação ficou abaixo do que reza a lei, caberá ao próximo governador compensar a diferença que a dupla Jerônimo – Rui não cumpriu.

CORREIO DA BAHIA

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