A Bahia é uma das mais importantes fontes de medalhas do Brasil em Jogos Olímpicos. Em Tóquio-2020, por exemplo, foram cinco: quatro de ouro e uma de prata (lembre aqui). Contudo, atletas de diversas modalidades reclamam recorrentemente da histórica falta de investimento no esporte do estado. Há alguma perspectiva de mudança? Para saber a resposta, o Bahia Notícias realizou um levantamento das propostas de cada candidato ao Palácio de Ondina para a área.
JERÔNIMO RODRIGUES
Representante da situação, Jerônimo Rodrigues (PT) parte da recriação do Sistema Nacional de Esporte e Lazer, desmontado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) junto com o Ministério do Esporte. Para isso, é claro, ele conta com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atual líder nas pesquisas, para a presidência da República.
Do ponto de vista estadual, Jerônimo promete “a profissionalização da gestão esportiva, a produção científica e a inovação, melhorando o financiamento do Programa FazAtleta e de outras formas de financiamento”.
O FazAtleta é um programa criado em 1999, e visa incentivar o esporte amador olímpico e paralímpico. Ele funciona através da concessão de abatimento no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que é dado às empresas situadas no estado da Bahia que apoiam financeiramente projetos esportivos que são aprovados pela Comissão Gerenciadora do Programa.
A candidatura petista enxerga o esporte como “construtor de cidadania” e quer ampliar o acesso ao esporte “como fator de obtenção de melhores condições de vida nas cidades, promovendo melhor relação entre o cidadão e os espaços públicos”.
Além disso, promete “fomentar a produção científica e tecnológica e a inovação no esporte; combater toda forma de discriminação, machismo e racismo no esporte desenvolvendo ações educativas, formativas e de monitoramento; fomentar a prática esportiva de lazer de povos originários e tradicionais (indígenas, quilombolas, griôs, dentre outros); priorizar os Jogos Escolares e Universitários como plataforma de oportunidades para a juventude baiana; e incorporar o esporte e lazer na dimensão econômica, social e turística como fonte de geração de emprego, trabalho e renda”.
ACM NETO
Líder nas pesquisas, o candidato de oposição ACM Neto (União) traz como base o trabalho realizado na prefeitura de Salvador, que comandou de 2013 a 2020. Em sua proposta de governo, o político promete focar na formação de atletas de alto rendimento, com a identificação de “talentos de grande potencial”.
Aliado a isso, ele diz que auxiliará na projeção de atletas para o cenário nacional, visando a inclusão no programa Bolsa Atleta, que garante condições mínimas para que esportistas se dediquem com exclusividade ao treinamento para competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas.
Neto também enxerga o esporte como ferramenta para melhorar a área da segurança pública na Bahia. Ele aponta que utilizará o mapa da violência para implantar equipamentos esportivos nas áreas críticas. Isso faria parte da “estratégia para tirar o jovem da rua e da ociosidade, permitindo que se mantenha distante da violência, do tráfico de drogas e do crime”.
O ex-prefeito de Salvador destaca que implementará também um calendário de torneios escolares “para estimular e premiar atletas, promovendo formação esportiva e competição saudável em diversas modalidades, individuais e coletivas”. “Esses campeonatos serão acompanhados, em paralelo, por iniciativas similares para pessoas com deficiência (PCD), na linha do que são os jogos paralímpicos”.
Por fim, ele promete buscar parcerias com o município de Salvador e instituições privadas para construir um novo Ginásio de Esportes Olímpicos. A ideia é suprir a ausência do Ginásio Antônio Balbino, o Balbininho, que ficava anexo à Arena Fonte Nova, mas foi demolido junto com o estádio para a reforma.
JOÃO ROMA
Elo político de Jair Bolsonaro na Bahia, João Roma (PL) apresenta duas propostas específicas para o esporte em seu plano de governo.
A primeira é atrair para a Baía de Todos-os-Santos competições nacionais e internacionais de vela e outros esportes náuticos.
A segunda é transformar a Bahia “no principal destino de golfe do Brasil”.
KLEBER ROSA
O candidato do PSOL, Kleber Rosa, assim como Jerônimo, fala no fortalecimento de um “Sistema Nacional” para o esporte. Tendo isso em vista, propõe “políticas de direitos ao esporte e ao lazer e o seu fomento como inserção na agenda estadual”.
Para Kleber, é preciso fazer a “recuperação da gestão pública do Esporte e Lazer”. E isso requer uma série de medidas:
“Reforçar o financiamento público direto para o esporte e lazer; destinar os gastos orçamentários exclusivamente para a garantia do esporte e lazer como direito, nos programas de fomento à vivência esportiva com fins educacionais e de participação; concentrar a renúncia fiscal em projetos inclusivos e participativos; destinar os recursos extra orçamentários de empresas estatais para a garantia do esporte e para a garantia do esporte e lazer como direito e para a iniciação e para a excelência esportivas; e exigir contrapartidas sociais dos recursos públicos e renúncias fiscais dos clubes com o estabelecimento de ingressos sociais, acessíveis à população de baixa renda”.
Os candidatos Giovani Damico (PCB) e Marcelo Millet (PCO) não apresentaram, em seus planos de governo, propostas específicas para o esporte.
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